Diário de um druida


Depois da espera angustiante de uma longuí­ssima semana, finalmente Blacksilver, o Night Elf Druid se juntou aos seus irmãos das florestas no fabuloso jogo World of Warcraft, rpg online da Blizzard que realmente é tudo isso que estão falando por ai.

Defensor das florestasAntes de contar como foram as primeiras aventuras de Blacksilver, acho melhor contar falar um pouco do jogo em si. Me lembrou muito mais o Baldur’s Gate do que o Neverwinter Nights, não sei bem porque. Talvez pela dinâmica do jogo, pela maior riqueza de detalhes do mundo. Há uma equipe de desenvolvimento por trás de cada região, pelo posicionamento de cada tipo de criatura. No Neverwinter Nights isso não era feito por profissionais, pelo menos não no servidor onde eu jogava. Era divertido? Sim, mas a transição entre as diversas áreas era um pouco forçada, e por mais que criassem mais e mais áreas, nunca conseguiriam chegar ao tamanho do mundo criado pela Blizzard.

No começo foi um pouco complicado para aprender a controlar o personagem, entender os movimentos de câmera e andar pra onde eu realmente queria. Mas, nove ní­veis depois, já consigo andar em linha reta e seguir a estrada sem problemas.

Blacksilver começou sua carreira na ilha de Teldrassil, lá no fim do mundo, na árvore gigantesca que serve de paí­s para os elfos. Porque todos os elfos de todos os lugares sempre moram numa terra distante além do mar do oeste? Tolkien deve saber… A primeira coisa que me mandaram fazer foi falar com algumas pessoas. E me recompensavam por isso! Experiência fácil, Blacksilver evoluindo a olhos vistos. Então começaram a me oferecer algumas missões meio naturebas. Investigar seres das florestas corrompidos, reduzir a superpopulação de animais silvestres, encher vidrinhos com água de fontes sagradas. Mais elfo e druida que isso impossí­vel.

Matei muito javali, nightsaber e aranha pra saciar o desejo de sangue de qualquer jogador de rpg, e coletei tudo quanto é tipo de pedaços de corpos nesse meio tempo. Tudo isso sem sair do pequeno vale de Shadowglen. Sair do útero da área de novatos? Não, estava muito confortável por lá, obrigado.

A primeira vez que sai foi quando me pediram para levar um pacote até a estalagem de uma cidade vizinha. FedEX das florestas ao serviço. Andei com todo o cuidado do mundo pelo caminho de pedra, de olhos bem abertos para os perigos que rondavam no meio do mato. Logo logo estava em Dolanaar, uma cidadezinha maior que o lugarejo de Aldrassil onde estava. No meio do caminho o warlock de um amigo me manda uma mensagem de boas vindas. Ele estava do outro lado do mundo mas eu o escutava melhor que a cobertura de celular no Rio de Janeiro. Pelo correio ele estava mandando um saco de moedas de prata, que me ajudariam a começar a minha vida, pagar meus tutores, trocar as roupas verdes ridí­culas que eu estava usando até aquele momento. Só não me pergunte como é que o saco de dinheiro chega pelo correio em uma caixinha lá em Dolanaar. Deve ser magia.

Ainda estava lendo a minha carta e contando as moedas quando o chão começou a tremer. Me virei e dei de cara com um enorme homem-árvore que protegia a cidade contra invasores. Fenomenal, fiquei babando por um bom tempo. Meu amigo disse que estava vindo me encontrar, mas estou esperando até agora. Não é tão rápido cruzar o mundo, era melhor ele ter se auto-enviado pelo correio, mas mesmo ele sendo um gnomo parece qua não tinha uma caixa grande o suficiente.

E as missões naturebas continuaram, eu aprendi a coletar flores e novas magias mais poderosas. Me meti em algumas roubadas mas nada que não conseguisse resolver. Só me enrolei quando me mandaram para Darnassus. Andei de um lado pro outro até entender que tinha feito confusão, e de perceber que os elfos gostam muito de cidades começadas com a letra D. Darnassus, Dolanaar… Segui a estrada e alcancei a capital dos elfos, completando minha busca para encher vidrinhos com água de poço sagrado.

Mais experiente, Blacksilver se prepara agora para matar mais criaturinhas corrompidas, coletar corações corrompidos e se especializar em coisas corrompidas. Vai abandonar essa história de catar florzinha e fazer poção, o negócio é matar bicho e fazer roupa de couro pra vender na feira hippie. E daqui a pouco ele também aprende a virar urso. Ai então o bicho vai pegar.


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