Deveria ser obrigatória a presença de medusas em qualquer aventura de D&D. Ela mora nos infernos, transforma seus oponentes em pedra, usa um arco melhor que o Legolas e seu sangue, além de ser venenoso e de derreter escudos mágicos, faz brotar escorpiões gigantes do solo. Quer vilão melhor que esse?
Pois esta é a vilã maior do filme “Fúria de Titãs” (Clash of the Titans, de 1981), figurinha fácil nos corujões e sessões da tarde da vida. Não tem pra Kraken nem pra Calibos, o ponto alto é quando Perseu precisa ir até o inferno conseguir a cabeça dela. Tudo bem, o inferno fica logo ali atrás das montanhas e o cérberus é do tamanho de um pastor alemão, mas depois que você entra naquela caverna iluminada por tochas avermelhadas e a gorgon, em toda sua majestade de stop-motion começa a barbarizar com os soldados que acompanham o canastrão da história uma penca de aventuras de RPG são escritas em sua cabeça imediatamente.
A medusa do D&D atual deve ter um pouquinho de inspiração neste clássico de Ray Harryhausen, responsável por este e todos aqueles outros filmes fantásticos da era pré-computação. Hoje em dia é fácil fazer balrogs e dragões, mas Simbad, Perseu e Jasão enfrentavam desde 1958 criaturas que hoje povoam os nossos livros de RPG e certamente nos servem como referência quando o mestre descreve várias salas, salões e cavernas. The 7th Voyage of Sinbad, The Golden Voyage of Sinbad, Sinbad and the Eye of the Tiger, Jason and the Argonauts, neles você encontra rocs, ciclopes, hydras, esqueletos, dragões e muitas outras criaturas fantásticas e fundamentais para nossas aventuras.
Hoje em dia você pode, com tantos novos filmes e novas tecnologias disponíveis para fazer versões muito mais reais destes oponentes, achar “Fúria de Titãs” e os outros filmes de Harryhausen pobres e toscos, mas o gostinho de sessão da tarde que fica na boca depois não tem Reino de Fogo que tire.